Mácula resistente
"Fui ontem a Peniche......
Já lá tinha estado em circunstâncias diferentes, mas sem ter visitado aquilo que, escandalosamente, dá pelo nome de «Museu da Resistência». O resultado resume-se em duas palavras: vergonha e indignação. Nada pode justificar o que é mostrado às dezenas de milhares de pessoas que o frequentam por ano, na sua maioria estudantes como os que eu acompanhei - atentos e activamente interessados. Que ninguém venha falar em falta de dinheiro para justificar o miserabilismo escancarado em vitrinas com documentos mal expostos (alguns interessantíssimos), o pavoroso mau gosto da reconstituição dos parlatórios e de uma cela (aquele preso/manequim da rua dos Fanqueiros sentado à mesa e o fato completo, gravata incluída, pendurado à entrada!...) Além disso, em 2008, o audiovisual ainda não passou por ali: nem um slide, um vídeo, um som.........................."
Já aqui em tempos tinha alertado para a decrépita situação do Núcleo de Resistência-antifascista do Museu de Peniche.Com a celeuma em volta do projecto de Pousada na Fortaleza e o lobbying dum Museu da Resistência, esta área ganhou outra visibilidade que, claro, menos ainda se compadece da caduca mostra.
Não admira pois que por aí se propaguem as mais negativas impressões sobre este Núcleo, e por extensão sobre todo o Museu.
Arrisco a dizer que também a imagem de Peniche resulta denegrida.
É por isso, e por concordar que seria fácil com muito pouco fazer muito melhor e ainda por saber existir demonstrada capacidade para tal, que me interrogo:
-Do que é que se está à espera?
jp às 08:55
7 contributos
Em vez de "torrarem" o dinheiro do Munícipio em Xutos e Pontapés, Rui Veloso, e outros fogos de vista, esse dinheiro seria bem empregue no
museu.Esta CMP é um bluf...
E o que gastaram num tal de D. Tonho no Porto, propriedade de um tal de Rui Veloso, se a memória não me falha o mesmo que gravou um videozito de apoio a determinada campanha autarquica, que mais tarde já na cadeira do poder lhe pagou um cachet principesco para cá cantar, e mais tarde no lançamento dos Sabores do Mar, no dito restaurante. Ouvi dizer que foi uma semaninha do bom e do melhor, não se poupando a despezas para satisfazer os convidados. E ainda dizem que tá crise.
Oh oh...! Óvirem!? Tá crise, loke! Tá crise e tá grize! E ná pêxe na ribêra...
Infelizmente tudo isso aconteceu e acontece!
Carapau
Estes comentários dos anónimos metem dó.
Vejam as intervenções que os trabalhadores da Câmara de Peniche estão a efectuar no principal pavilhão na Fortaleza. Sim, recuperação a custos controlados. Vem aí um reforço de conteúdos do Sector da Resistência cuja inauguração está prevista para 3 de Janeiro. Uma boa notícia!
Quanto aos comentários sobre os espectáculos culturais é um discurso já usado no tempo de Salazar. Gastar dinheiro na cultura? Nem pensar nisso!... Os Xutos e o Rui Veloso felizmente não precisam do dinheiro dos concertos em Peniche para viver, agora nós em Peniche precisamos de ter acesso a espectáculos desta dimensão cultural.
Nota final: Estou muito satisfeito por saber dos contactos e do interesse da prestigiada empresa YDreams estar interessada neste importante projecto a desenvolver no museu da Resistência. Parabéns ao Tó-Zé e ao Jorge Amador pela visão moderna que estão a dar ao Museu Peniche. Potenciar a memória histórica da Resistência e associar-lhe as Novas Tecnologias é um passo acertado!!
Os anónimos que metem dó, estranham esses conteúdos virem e estar prevista a sua inauguração para dia 3 de Janeiro e a CMP ainda
não ter o ter divulgado convinientemente...
Fazer obras na fortaleza e melhorar os seus conteúdo é cultura de certeza, mas pagar os favores eleitorais ao Rui Veloso e outros, já não sei . Será que a CMP
pagou aos Xutos e ao Rui Veloso a custos controlados ? Abre os olhos
cego !
Agradeço ao Carlos Faustino a informação adicional que aqui partilhou e que decerto ajudará a colmatar a clamorosa falha que este post aponta. Peniche precisa dessa renovação sob o perigo de lhe ficar associado uma imagem de desleixo na evocação da luta antifascista. E precisa do resto. Dum museu mais dinâmico e mais voltado para a pesca e o pescador como elemento diferenciador. Duma Pousada de Portugal que dignifique e preserve a maioria do espaço da Fortaleza em aplicação turística. E tudo isto mantendo uma zona de circulação pública a que os penicheiros estão habituados.
Também estou de acordo que no domínio das iniciativas culturais em Peniche tem havido um maior dinamismo e uma melhoria na sua quantidade e qualidade.
E reconheça-se a dificuldade na escolha entre os grandes, dispendiosos e garantidos eventos, e as menos onerosas iniciativas, que, por mais pobres, também são por vezes alvo de críticas.
Há aqui, quanto a mim, um infeliz erro na escolha de alvo. Olhe-se para o fracasso do Campo da Torre, para o acampamento cigano, para o fracasso das inexistência de ruas pedonais....e que tal não se deixe ofuscar com a catadupa de interessantes eventos culturais
Quanto às insinuações de interesses menos claros lançadas por outros comentadores não possuo dados concretos para me pronunciar e, nessas condições, considero que ninguém deva fazê-lo (ainda que nalguns casos pareça evidente uma certa desproporção entre o evento e os dividendos que daí possam advir)...