segunda-feira, novembro 13, 2006

Mar e Luz

Ontem de manhã o sol estava esplendoroso e fazia uma calor convidativo.
De BTT calcorreei todo o interior do Porto de Pesca de Peniche.
Havia um cheiro impregnado agri-doce-salgado, mistura de algas, salitre, peixe seco ao sol e primário de tinta das traineiras. É um cheiro sui generis, untuoso e revigorante. Entra pelas narinas levado pela tépida manhã. Ouvem-se as gaivotas omnipresentes, esperando taciturnamente a faina do dia seguinte. Nalguns locais sentia-se por debaixo dos pneus o crepitar do tapete de conchas de crustáceos resultantes das continuadas limpezas de covos. O ar é salgado e humedecendo os lábios iria jurar que me soube a sal.
Mas de todos os sentidos é a visão o mais solicitado. Percorrendo os pontões sou esmagado pela alternância de barcos de cores fortes, pinceladas "fauvistas" num horizonte de mar e luz.

6 contributos:

At 13/11/06 17:05, Anonymous Anónimo disse...

não fora a BTT, simbolo de uma cidade com habitantes modernos e cosmoplitas, e eu diria que o blogger se preparava para apanhar o vapor a caminho da capital do império.

 
At 13/11/06 19:14, Anonymous Anónimo disse...

Desde que comecei a aqui vir fiquei com umas saudades de Peniche!
Este post dá para ver o pontão e sentir o sal.
Cumprimentos

 
At 13/11/06 23:47, Anonymous Anónimo disse...

A propósito dos cheiros referidos neste post e dos referendos que neste blog têm sido propostos, não posso deixar de fazer o seguinte comentário:
São 23:30 do dia 13-11-2006 está uma calma "podre". Mas podre mesmo! Não está vento nenhum e o cheiro putrefacto de uma fábrica (que emprega, não sei...10 pessoas?) envenena todo o ar desta noite. Esse ar que devia ser salgado e a cheirar a algas. E estou longe...algures na Cruz da Almas. Irónico, não? Parece uma cruz que todos nós carregamos.
O que é que se passa com a gente desta terra que permite que uma família prejudique toda uma cidade? Hotéis, comerciantes, empresários da noite, concessionários de praias, toda a gente?
Não há ambientalistas? Associações? Partidos políticos? Gente? Não há uma palavra? Uma palavra de odem que seja, escrita a spray naquela parede? Ninguém fala? Não se cria um blog, não se escreve um post, não se faz um abaixo-assinado? Um referendo? Esta noite vou dormir de novo indignado. E amanhã acordo e apanho a minha roupa com o aroma natural do peixe podre...

 
At 14/11/06 00:44, Anonymous Anónimo disse...

Caro amigo indignado, em 2004 dizia-se isto: http://www.oesteonline.pt/noticias/noticia.asp?nid=6652
Até uma comissão de acmpanhamento foi criada na Assembleia Municipal. Palavras leva-as o vento. Pena não levar também os maus cheiros.

 
At 14/11/06 10:01, Anonymous Anónimo disse...

Devo dizer que ultimamente os maus cheiros têm sido mais frequentes e empestam a cidade. Tal como já foi referido aqui ontem, dia 13, à noite, o cheiro era pestilento e tive de ir a correr fechar portas e janelas para evitar que a casa ficasse com aquele cheiro. É MAIS UMA VERGONHA TAL COMO A ANTIGA IDAL E A ETAR! Não há fiscalização? Não há penalizações? Será que Peniche vai continuar a ser conhecida também pela terra do mau cheiro? ESTÁ NA HORA DE AGIR!

 
At 14/11/06 10:59, Blogger jp disse...

Agradeço os vossos comentários e de novo sugiro que usem um username para melhor identificação entre os vários anonymous, mantendo claro o anonimato se assim o desejarem.
O cheiro a que me referi era agradável, cheirava a mar, a sal, a peixe, a sol, a pesca, a barcos, mas reconheço que outros cheiros menos agradáveis existem em Peniche.
A Fábrica de Farinha de Peixe tem de existir para escoamento de excedentes da pesca, das sub-produtos da indústria das conservas e dos avariados da indústria de congelação. É inevitável. Tem é de funcionar bem. A nova fábrica foi criada com condições para bem funcionar e consegue fazê-lo. O problema coloca-se a nível do estado da matéria-prima que deveria ser conservado no frio e a nível do tratamento da exaustão do processo.
Existe ainda uma problema adicional que reside na dificuldade em tornar o cheiro mensurável e que permita estabelecer limites para a actividade. Para se controlar é necessário limitar, e para isso é necessário medir. Como fazê-lo no caso dos cheiros cuja sensibiliade é tão relativa? E não sendo possível, como definir os parâmetros a que os industriais devem obedecer de modo a rentabilizar ao máximo a unidade, respeitando a emissão de cheiros para um nível admissível?
Existe de facto um problema, estou de acordo, mas mais do que a indignação é necessário a solução. E essa não é tão fácil quanto parece....

 

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