sexta-feira, setembro 29, 2006

Fado Peniche

A Câmara Municipal de Peniche vai dedicar o mês de Outubro a celebrar Amália, numa série de iniciativas.
Como aperitivo pode aqui ouvir o início do "Fado Abandono" de Amália, do álbum "Asas da Saudade", também conhecido como "Busto", produzido no anos de 1962 (ano fecundo em grandes criações...).
Este fado, com música de Alan Oulman, canta um poema de David Mourão-Ferreira, que aqui publico em homenagem àqueles que uivaram mais alto que o vento e gritaram mais forte que o mar....

"Por teu livre pensamento
Foram-te longe encerrar
Tão longe que o meu lamento
Não te consegue alcançar
E apenas ouves o vento
E apenas ouves o mar
Levaram-te a meio da noite
A treva tudo cobria
Foi de noite numa noite
De todas a mais sombria
Foi de noite, foi de noite
E nunca mais se fez dia.

Ai! Dessa noite o veneno
Persiste em me envenenar
Oiço apenas o silêncio
Que ficou em teu lugar
E ao menos ouves o vento
E ao menos ouves o mar."
.
Depois de lê-lo, é fácil perceber porque ficou mais conhecido por Fado Peniche

Homonímia

Uma semana foi o hiato entre a facilitadora data proposta pelos serviços comerciais dum novo fornecedor de Internet e a intrincada concretização técnica dessa mudança.
Após esta longa demora, e confrontado com uma certa incredulidade dos citados técnicos perante a minha premência, não pude deixar de os fixar seriamente nos olhos, ostentar o meu semblante mais sisudo, e, já agarrado ao teclado, lançar-lhes um justificador: Amigos de Peniche...
Pois bem, eis-me de volta!

sexta-feira, setembro 22, 2006

Emulação matinal

E eis-me preparado para a clausura de mais um dia de trabalho, de onde só isto se avista....







Foto de Pedro Libório

quinta-feira, setembro 21, 2006

Que mais poderia ser?!?!....

Péniche, assim mesmo com acento, é uma palavra francesa que designa os batelões usados nos rios franceses, e que muito aparecem nos postais parisienses, atracados aos cais do Sena.
É sabido que muitos deles deixaram há muito a sua função de transporte e são agora utilizados como restaurante, hotel ou mais frequentemente como habitação.
Por isso mesmo não é de admirar que muitos proprietários, quiçá com famílias em crescimento, pensem no seu alargamento.
Ou será que secretamente se congemina um novo grupo de acção empenhado no crescimento desta nossa cidade de Peniche?
Creiam-me que só mesmo uma destas hipóteses poderá justificar esta imagem que recebi hoje por e-mail:

Ainda as tempestades...

Fiquei a saber (pela prolixa Voz do Mar) que este Verão, num diálogo com sacerdotes italianos em Castelo Gandolfo, o Papa Bento XVI terá afirmado:

"Uma beleza feita apenas de harmonia é deficiente. A verdadeira beleza necessita de contraste. A escuridão e a luz complementam-se: a uva, para amadurecer, precisa também da chuva e do vento."

Não consigo evitar o proverbial comentário de que quem semeia ventos, colhe tempestades.

Chamem-lhe o que quiserem...

...mas esta noite, num flash, o Gordon passou por aqui!

quarta-feira, setembro 20, 2006

A Voz do Mar II

O Artur sentiu sobre a orelha uma coisa muito fria, com um som...
- O que é, mãe?
- Não ouves?
Sim, ouvia. Era um som pesado lá ao longe e que depois vinha, vinha e subia, e que depois se tornava mais brandinho, para logo voltar a vir de longe. Parecia música, mas não era bem música. E talvez fosse. Bom, não seria bem música.
- O que é, mãe? - voltou a perguntar. - Que barulho é este?
- É o mar... É a voz do mar...
- A voz do mar?!
- O mar fica longe, mas a voz meteu-se aí dentro. Isto é um búzio.
- E onde nascem os búzios?
- No mar.
-Então é por isso que se ouve...
- Pois é. As ondas fazem um barulho assim quando se ouvem ao longe. E a gente está longe. Não ouves a voz que lá vem?
- Oiço.
- E depois quebra-se assim como as ondas na areia.
- Então isto é o mar? O mar é o oceano. No mapa chamam-lhe oceano. Parece que há vários... . Eu já ouvi aos que andam no quarto ano: é o Oceano Atlântico, o Oceano Índico...
- Não achas que mar é mais bonito?
- Pois é, mar é muito mais bonito.
De repente, fechou os olhos e juntou as duas mãos sobre o búzio, apertando-o contra o ouvido.
- Agora deve ser um navio que lá vem. É mesmo, é, é um navio...
A mãe aproximou o ouvido, desviando o lenço.
- Não ouves?
Não, a mãe não ouvia. Mas o importante para ele era ter o mar apertado entre as mãos. Lá vinha uma onda... e outra.

Alves Redol,
Histórias Afluentes

A Voz do Mar I

Acabo de dispender os meus 2 minutos e meio a ler na íntegra a recente edição do jornal da terra "A Voz do Mar". Eu sei que se admirarão de tal delonga, pelo que confesso que também leio os Editais e me demoro na Publicidade.
Retenho dois artigos pertinentes, que consubstanciam a propalada cidadania que hoje tanto se incentiva.
De Luís Almeida alertando para os maus cheiros da "ETAR" do Cabo Carvoeiro e opinando que o investimento municipal deveria dar prioridade à resolução deste grave problema.
De António Seara pugnando por uma Avenida do Mar pedonal, com as respectivas alternativas e variantes viárias, projecto muito querido deste blogue e aqui por várias vezes abordado.
Numa cidade onde a ignomínia, o escárnio e o desdouro são correntes na discussão dos seus principais problemas, são sempre de saudar as intervenções construtivas.

terça-feira, setembro 19, 2006

O elogio da chicha.


FRANCISCO GOYA
Maja desnuda
1800 - 1805

segunda-feira, setembro 18, 2006

Mobilidade Sustentável em Peniche

Tomei conhecimento aqui e pelo oportuno e atento comentário aqui (que agradeço), que Peniche irá participar na Semana Europeia da Mobilidade pela primeira vez. Finalmente!
Saúdo obviamente a adesão do Município a esta iniciativa que visa mudar os hábitos da população no que respeita à utilização de meios de transporte mais amigos do ambiente, sobretudo no âmbito da mobilidade urbana, e assim minimizar as alterações climáticas provocadas pelo aumento da poluição no planeta.
A participação do Município de Peniche surge na categoria de apoiante (o que significa que desenvolve pelo menos uma das actividades) e não na categoria de participante (significaria que levava a cabo todas as medidas que constam no programa geral), que esperemos seja o objectivo para os anos vindouros.
Uma dessas medidas, que não foi em Peniche contemplada, é o Dia Europeu sem Carros, em que as cidades aderentes vedam o acesso ao trânsito motorizado no dia 22 de Setembro.
Ainda que parabenize o avanço agora tomado, não posso deixar de pensar que uma boa quantificação do nosso atraso será seguramente dada pelo número de carros que irão circular na pedonal rua José Estevão no próximo dia 22.
Será que em especial deferência para com a data, os prevaricadores irão ser autuados nesse dia, ou será que a PSP limitar-se-á a ver passar o comboio?

sexta-feira, setembro 15, 2006

Será do zarcão?

Já faz 100 anos que nasceu António Gedeão, mas a sua poesia teima em não enferrujar.

HOMEM

Inútil definir este animal aflito.

Nem palavras,
nem cinzéis,
nem acordes,
nem pincéis,
são gargantas deste grito.
Universo em expansão.
Pincelada de zarcão.
Desde mais infinito a menos infinito.


quinta-feira, setembro 14, 2006

Comunicação banal

A publicação deste post foi suspensa devido a uma série de providências cautelares que lhe foram interpostas.
Pelo sucedido pedimos desculpa.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Metodicamente


Elvas......Não!
Barcelos.......Não!
Mirandela.......Não!

Para nascer em Portugal, cada vez se usa mais o método da exclusão de partos.

Cornelia Forster, il parto, 1933

terça-feira, setembro 12, 2006

Enxaquecas

Hoje comemora-se o I Dia Europeu da Enxaqueca.
Nem tudo é mau nas enxaquecas.
Parece que o pior são as "Enxas".

Segredos ocasionais

Foto de Erik Reis

segunda-feira, setembro 11, 2006

Zona dos Remédios, Peniche.















Fotos: Erik Reis

sexta-feira, setembro 08, 2006

Ontem foi o Inferno em Barcelos...

PARVO: Hou daquesta!
DIABO: Quem é?
PARVO: Eu soo. É esta a naviarra nossa?
DIABO: De quem?
PARVO:Dos tolos.
DIABO: Vossa. Entra!
PARVO: De pulo ou de voo? Hou! Pesar de meu avô! Soma, vim adoecer e fui má-hora morrer, e nela, pera mi só.
DIABO: De que morreste?
PARVO: De quê? Samicas de caganeira.
DIABO: De quê?
PARVO: De caga merdeira! Má rabugem que te dê!
DIABO: Entra! Põe aqui o pé!
PARVO: Houlá! Nom tombe o zambuco!
DIABO: Entra, tolaço eunuco, que se nos vai a maré!
PARVO: Aguardai, aguardai, houlá! E onde havemos nós d'ir ter?
DIABO: Ao porto de Lucifer.
PARVO: Ha-á-a...
DIABO: Ó Inferno! Entra cá!
PARVO: Ò Inferno?... Eramá... Hiu! Hiu! Barca do cornudo. Pêro Vinagre, beiçudo, rachador d'Alverca, huhá! Sapateiro da Candosa! Antrecosto de carrapato! Hiu! Hiu! Caga no sapato, filho da grande aleivosa! Tua mulher é tinhosa e há-de parir um sapo chantado no guardanapo! Neto de cagarrinhosa!
Furta cebolas! Hiu! Hiu! Excomungado nas erguejas! Burrela, cornudo sejas! Toma o pão que te caiu! A mulher que te fugiu per'a Ilha da Madeira! Cornudo atá mangueira, toma o pão que te caiu!
Hiu! Hiu! Lanço-te üa pulha! Dê-dê! Pica nàquela! Hump! Hump! Caga na vela! Hio, cabeça de grulha! Perna de cigarra velha, caganita de coelha, pelourinho da Pampulha! Mija n'agulha, mija n'agulha!

(Auto da Barca do Inferno - Gil Vicente)


N.B. Talvez este parvo seja ligeiramente exagerado. É que no mundo do Futebol ainda não consta nenhum "furta cebolas".

N.B.2. Afinal enganei-me....

Coerência Ambiental

Ambientalista convicto, concordou com o Ministro do Ambiente e decidiu reduzir a velocidade para 118 km/h na auto-estrada. Derrapou, guinou e saiu de estrada. Morreu por falta de assistência.
Teimoso, insistiu em ligar para o 110.

quinta-feira, setembro 07, 2006

O tropel da penedia

Nesta busca incessante
de outros destinos, novas metas,
procuramos raras ondas,
por vezes podem ser secas.

Foto: David Letts

quarta-feira, setembro 06, 2006

Ensejo para espreitadela furtiva ao Sítio...na rival Nazaré

terça-feira, setembro 05, 2006

Em Peniche é mais Cancarro.....

aqui, aqui e aqui me referi ao crescente congestionamento de trânsito em certas zonas da cidade de Peniche, principalmente nesta época de Verão, e à inexistência de quaisquer projectos tendentes a inverter esta situação e a valorizar a vertente pedonal. A rua José Estevão, tímida tentativa para a criação duma zona pedonal, lá continua com ininterrupto trânsito e estacionamento abundante, com toda a impunidade patente a qualquer hora do dia. De pedonal só mesmo a sinalética inicial.
Vem isto a propósito de ir decorrer, entre 16 e 22 de Setembro, a Semana Europeia da Mobilidade, e no dia 22 de Setembro o Dia Europeu sem Carros.
Várias cidades portuguesas aderiram, ou até mesmo superaram de pronto esta iniciativa, e muitas delas não possuem a extensa e próxima zona de fácil estacionamento como a que existe em Peniche fora das muralhas.
Parece-me uma excelente oportunidade para se testarem no presente os inevitáveis caminhos do futuro.
E assim também se mede o desenvolvimento....
Entretanto ainda não sabemos se a 22 de Setembro vamos ter Peniche com carros ou sem carros, ou será que Peniche é mais cancarro*?
* nome pelo qual é conhecido na lota de Peniche o rascasso vermelho da foto.

segunda-feira, setembro 04, 2006

14 º Passeio Pedestre da Armeria

Realiza-se no próximo Domingo, dia 10 de Setembro, o 14º Passeio Pedestre da Armeria, entre S. Bernardino e a Lourinhã, intitulado "Pelos Trilhos dos Dinossauros".
A iniciativa terá início às 10 horas com partida em S. Bernardino no cruzamento com a palmeira que serve de acesso a Peniche e Lisboa, e termina cerca das 15 horas na Lourinhã, após se terem percorrido cerca de 13 Km.
Trata-se dum passeio gratuito e aberto a sócios e não sócios da Armeria - Associação Ambientalista de Peniche.
Os mais avessos a estas iniciativas podem sempre esperar alguns séculos mais, pelo Passeio Pedestre "Pelo Trilho dos Humanos"...

sexta-feira, setembro 01, 2006

Berlengas

Lembro-me bem que Domingo, 3 de Setembro de 2006, faz exactamente 25 anos que foi criada a Reserva Natural do Arquipélago das Berlengas.
É o que se chama memória de elefante!

Foto: Isabel Silva

Com o "Bom Sucesso" garantido no arranque...

Este sábado vou orientar-me aqui por perto.